– Para iniciarmos é importante lembrar que comportamento alimentar infantil é marcado por inúmeros fatores, tais como: fase a desenvolvimento, saltos de crescimento, nascimento dos dentinhos, saúde intestinal e sono. O “ato de comer” é complexo e ao longo da infância há um aprendizado constante, inclusive na consolidação dos hábitos alimentares.
– A fase dos 2 anos de idade é caracterizada pela diminuição da velocidade de crescimento e ganho de peso, por isso é muito comum o apetite diminuir a partir de desta fase.
– Também é marcada pelas novas aquisições de habilidades, entre elas a possibilidade de andar e ganhar o mundo ao redor, isso pode deixar o “comer” desinteressante.
– É natural que as crianças gostem de um alimento agora e depois não gostem mais. Por isso negam as coisas no mesmo momento que adoram. O importante é continuar a preparar normalmente a refeição da família, para continuar com as mesmas oportunidades de acesso ao alimento. Se excluirmos porque ela diz que não gosta, aí que ela não terá a chance de continuar tendo contato e possivelmente interessar a comer.
– Por isso, sugiro que mantenham o quanto mais conseguirem, comer junto com seu filho a mesma comida da família.
– A família precisa ser exemplo para ela; criança aprende por imitação, se sente inserida no meio e socializa com a família, por isso é importante sempre ter alguém comendo junto e que a comida seja variada e colorida. Tentem jantar mais cedo, para que consigam comer juntos.
– Quando a família come junto há incentivo para a criança aprender sobre mastigação, uso de talheres, que tem lugar certo pra comer, atenção na comida, além de ajudar a estreitar ainda mais a laços afetivos da família.
– Quanto mais a criança se sentir envolvida, mais interessante ela irá achar. Então permitam que ela explore mais vezes o alimento. Estimulem que ela pegue com a própria mão ou deixem os talheres por perto pra ver se interessa novamente. Brincar de espetar os alimentos por ser atrativo.
– Toda criança vive no mundo lúdico, por isso deixe-a usar sua imaginação na hora de comer também. O mundo delas é brincar e não precisa ser diferente com a comida. Se a brincadeira mantém o foco e atenção ao que está comendo, não há problemas. O que não é aconselhável é quando há entretenimento como celular e tablet que tiram a atenção da criança ao comer, mas levar bichinhos e outros brinquedos para a mesa e alimentá-los é uma maneira de interação.
– Portanto, pode levar pra mesa o brinquedo que mais gosta pra ela dar “comida”; pode brincar de fechar os olhos pra adivinhar o que é, por exemplo.
– Sempre que se substitui a refeição por algo que a criança gosta mais, ela entende que se não comer receberá algo mais gostoso porque não comeu. Por isso, não ofereceram outros alimentos se seu filho não comer bem. Aguardem e ofereçam na hora do próximo lanchinho.
– As crianças precisam de rotina, o que não significa ter horários fixos, mas saber o que o vai acontecer pode ajudar na aceitação alimentar. Eles precisam entender que tem horário certo para comer, para estudar, para brincar, para dormir.
– Sempre que possível façam atividades de transição para chamar a atenção da criança para o momento da refeição, como pedir para arrumar a mesa, ajudar a preparar uma receita, lavar as folhas para salada, fazer um suco, preparar um molho para salada. Tudo isso pode ajudar a aguçar a curiosidade pelo alimento novo e fazer com que a criança experimente alguma nova preparação.
– E, por fim, indico controlar as expectativas! A criança não é obrigada a gostar de tudo, assim como nós adultos não gostamos também. Não precisa “raspar o prato” todos os dias. Com o tempo vamos aprendendo a sentir as necessidades dos nossos filhos. Alimentem seus pequenos com amor e paciência! E quando sentirem que alguma coisa não vai bem busquem ajuda!
Com carinho,
Fernanda Hilgenberg Nutricionista Materno Infantil