O QUE APRENDEMOS SOBRE COMO APRENDER NA PANDEMIA?

Uma das bases fundamentais da Coordenação Pedagógica é
propiciar ao corpo docente informações e materiais para a reflexão das
práticas didáticas cotidianas, sempre dando exemplos práticos (mostrando
como funcional tal recurso) e compartilhando experiências exitosas dos
colegas. Esse caminho tem que passar pela definição de recursos, e os
mais utilizados pelos docentes neste período exclusivo de aulas remotas
são vídeos externos, fóruns, documentos compartilhados e testes on-line.
Ainda, os podcasts, apesar de serem utilizados e divulgados há
tempos como meios de comunicação digital, antes de pandemia, tinham
outras finalidades. Cada podcast tem o público-alvo diferenciado, desde
ouvintes de programas de rádio, que encontraram nele similaridade com o
antigo “radinho”, por isso conforto ao ouvi-lo, até especialistas em algumas
áreas do conhecimento que o utilizam enquanto trafegam para o trabalho ou
têm intimidade com o aprendizado por meio da audição, ou seja, pessoas
que conseguem, com facilidade, aprender e apreender “escutando”. Para
adaptá-lo ao cotidiano dos nossos alunos no ambiente on-line, é necessário
partir do que os estudantes já conhecem, com meios dinâmicos de apoio e
mais instrumentalização da aprendizagem. Adoro os teóricos da
aprendizagem significativa, em especial o psicólogo americano David
Ausubel, quando aponta:
“se eu tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um único
princípio, diria isto: o fator singular que mais influencia na aprendizagem é
aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que ele sabe e baseie nisso
os seus ensinamentos.” (AUSUBEL, 1968)
Sim, muitos professores sentiram que, ao longo desses oito meses de
Pandemia, tiveram “trabalho em dobro”, pois, além de adaptarem o
conteúdo e maneira como as competências seriam desenvolvidas pelos
alunos, também necessitaram “ensiná-los” a realizar novas formas de
demonstrar o progresso de sua aprendizagem (novas formas de
apresentações de seminários, por exemplo) nas aulas on-line. Sobre essa
questão, uma forma de engajar os estudantes é apresentar um “modelo”
feito pelo próprio professor, ou compartilhar podcasts com assuntos de
interesse da faixa etária para a qual se leciona. Ainda, para obter apoio dos
pais e responsáveis, é sempre bom auxiliá-los com treinamentos de novos
recursos digitais, através do envio de tutoriais sobre “como fazer”, “como
ajudar seu filho a”.
Sabendo que abertura às mudanças e nível de engajamento são
características pessoais e com construções de vivências diferenciadas, uma
das chaves para incentivar os docentes à aplicabilidade de novos recursos,
mobilizar os “instrutores” do processo, é um ambiente de colaboração e
empatia, em que os indivíduos se sintam confortáveis para expressar seus
êxitos e suas angústias. Com o advento das aulas majoritariamente em
ambiente on-line, fica ainda mais cristalina a visão de que o trabalho em
equipe é imprescindível para o desenvolvimento de uma comunidade que,
sendo mais solidária, será também mais humanizada.
Referências Bibliográficas:
AUSUBEL, David Paul, NOVAK, Joseph e HANESIAN, Helen. Psicologia
educacional. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
Anieli Praisler – Coordenadora Pedagógica EF II – Colégio Liceu Vivere
COC Pirassununga – SP
Nov. 2020

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